sábado, 29 de janeiro de 2011

É verde a manhã dos teus olhos









É verde
a manhã dos teus olhos

meu 
regresso lento           a ti
pelo caminhos que percorro  sílaba a sílaba
invadindo esse vocábulo  da casa que se alimenta de ti

Eu
& as horas  que se recolhem ao longo da pele
na memória do movimento
província  (sempiterna)  do silêncio  
esse princípio do   tempo  sem becos
só criado de espanto        & de vida

há tantas  gargantas  gastas  por aí
tantos olhos  tristes  cerrados nas sombras
pelos cantos esquecidos das ruas


& nós aqui                   agora                       neste poder
 de palavras novas e lugares por descobrir

ah    tempo                                     sem remorsos de o ser
lugar absoluto das nossas mãos
como o são esses velhos discos de vinil
que ainda amamos escutar  pela lonjura das noites
pelo sossego ansiado do teu colo
concha das tuas mãos onde bebo
as delicias do teu ser

ah  como tudo nos pertence                
mesmo para lá do esquecimento
os olhos que nunca se afastam do fogo inicial
do sangue onde se rasga                       a fome                       a raiva
terra nossa  até onde os anjos  descem

Eu
regresso a ti meu amor
chão de éden coberto de sóis  onde me deito
a morder a maça do amor no teu corpo
terra dos meus dias
& grito agora meu amor                            diante do mar
toda a fogueira do tempo
no céu lento de nós                              
 lençol onde nos vencemos
oceano                            onde toda a luz se desbrava
pelo  verbo  matinal     da nossa idade



Fotografia e Poema de Maria Andersen

5 comentários:

  1. & nós aqui agora neste poder
    de palavras novas e lugares por descobrir...

    in-seguro... agora e argolo os devires q inevitavelmente veem... M´ária... ária de um reino incógnito que ora desenrola-se e desvendar... vc... a poesia Maria.

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  2. Meu rosto e teu
    enigma exposto do resto
    e olho-te poema que és meu
    e sou feliz…


    Minh`aura minh`aura minh`aura

    Onde repouso…

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  3. É verde a manhã dos teus olhos ...
    lugar absoluto das nossas mãos...
    conhas das tuas mãos onde bebo ....
    as delícias do teu ser ...
    ...

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  4. Rosa, que bom que entrou e ficou....
    sente-se sempre ao redor da
    mesa...leia ...diga...sinta
    e fique sempre...
    é Bem-vinda.

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