sábado, 15 de janeiro de 2011

Os meus sentidos....



Mergulha
na noite suave do meu ventre
como um solitário buscador de ilhas
álacre esplendor da madrugada
flauta que  anuncia
o tempo sem mácula e sem uso

intimas pulsações dos meus sentidos
inclemente sede dum deserto

deixa-me

em teu universo fazer-te um grito
com a  ousadia da boca em descoberta
súplica deste  profundo  apelo
dois  focos eminentes
 duas sedes que lutam tão companheiras
& esta minha materialidade passageira
fundida na tua materialidade
os meus sentidos que me condenam a ficar
nas minhas mãos demiurgas  nessa lentidão
as minhas mãos impolutas a rasgar  rotas em ti
as minhas mãos proletárias a construir  sentidos
& as minhas mãos indomáveis
as minhas mãos indomáveis
 no teu corpo


Poema e fotografia da autoria de Maria Andersen

2 comentários:

  1. Sensacional o verso:
    "minhas mãos proletárias a construir sentidos"

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  2. nada mais que os sentidos envoltos, em largos olhares de sentimentos, que se toca com as mãos soltas..............................

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