segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Os moinhos das tuas mãos oceânicas

Ah noite  longa do  olhar  em que te bebo
que posso fazer senão beber-te  os olhos nas linhas curvas das letras
manhã & noite                  & o pretexto  original de amar-te
abraçada a cada ângulo da tua boca
& tu cada vez mais brisa            mais poema                       mais alvorada
Delicias …em que floresces
Lábios  lentos no tambor do teu peito
Consolo de tantas horas onde as tuas mãos hesitam
Violino em que as palavras se orvalham
Nessa prece  do inverno que te volteia
Curiosidade dos dias intermináveis
& cardumes em nossas línguas
 nessa dança arrebatada dos teus braços invisíveis
como um leme ao redor de mim
& que vorazes  os pensamentos
portas abertas –
 para os moinhos das tuas mãos oceânicas
poema em que gemo
a desesperada ânsia dos deuses nesta hora
na vaga da vida Ariadne
a que me entrego
teus olhos em que o amor balbucia o colírio dos meus olhos
ai esta estranha dança em que te quero
baloiço do teu peito em que sorrio
Ave a cantar impregnada de música
& as sílabas deste poema – viagem
batalha do eterno  olhar
na lanterna da tua voz



Fotografia e Poema da autoria de Maria Andersen

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