domingo, 6 de fevereiro de 2011

José Mateus Pereira Neto

 

 

José Mateus Pereira Neto

(poeta brasileiro, natural de São Paulo em 1965, ainda inédito em livro)


AGORA


Agora angariar augúrios
& bobagens do tipo.
Agora saber da solidão
& não se espantar.

Agora finalmente conhecer-se
& estranhar-se.
Agora saber do Outro
& reconhecer-se.

Agora que sou muitos
& nenhum
Ao mesmo tempo.

Agora q o corpo deixou d ser templo
& pausa:
Foder as fronteiras.



SOU SEU FILHO


Autobiografia é não escrever
O último capítulo.

Viver agrega, agracia
Separa e mata.
Viver revive.

O tempo esquece-se da dor
Mas a cada novo doer
Lembrar é inevitável.

Assim também a alegria
Recua, recusa, foge e dá.
Sei (sabemos) o q fazer da dádiva?

Não transijo nem brigo
Observo, participo; & mordo.

Dente em carne tenra e crua, e nua
D novo a vida é feminina
& eu sou seu filho.

                                                        Fotografia de Maria Andersen Poemas José Mateus Pereira Neto*


7 comentários:

  1. Com esta postagem sua de um poeta brasileiro, estamos iniciando um intercâmbio cultural interessantísimo.........longa vida a teu blog e sua sensibilidade.
    Valeu Maria!
    ps: se quer mais informações sobre o poeta, posso passar.

    ResponderEliminar
  2. Dimi...quero sim...todas as que tiveres ao alcance...é mais fácil “entrar” na poesi(a )alma dele...
    sem invadir…

    embora a arte não seja para entender...mas antes e acima de tudo para sentir...

    ResponderEliminar
  3. Prometo enviar mais poemas dele e de um outro poeta chamado Valmir Jordão, com algumas informações de ambos.
    Muito bom este intercâmbio Maria, valeu!

    ResponderEliminar
  4. Assim também a alegria
    Recua, recusa, foge e dá.
    Sei (sabemos) o q fazer da dádiva?

    Dente em carne tenra e crua, e nua
    D novo a vida é feminina
    & eu sou seu filho.

    ...este... J. Mateus...

    ResponderEliminar
  5. Muito belo não é wilson?!
    Sei que concordas...

    Dimi...fico a aguardar...

    A palavras como mais fundo dizer da alma…não que ela(a palavras o seja) mas porque o é o saber implícito que se explicita no dizer letra a letra …
    A poesia é a mais profunda e a mais etérea manifestação da nossa alma. A sabedoria intuitiva e poética , é a fonte original , que nos dá o sentido maior e mais perfeita da harmonia da vida…aperfeiçoando-nos humanamente O acto poético” afasta-nos do antropóide(selvagem) e aproximamos de antropo(humano)”A poesia dá-nos coração em dimensão universal e não apenas razão individual…eis o que nos faz ser…

    ResponderEliminar
  6. palavras = no singular e universal poético...

    ResponderEliminar
  7. tenho estado recluso e em recursos parcos...

    Mas ao ver e ler e sentir, tenho só a dizer que estou adorando tudo que corre-ocorre e percorre dentro e fora de nós...
    Nós a-menos. Elos, ligas, intercâmbios a mais... sim, sim, sim... como haveria de não concordar... de novo a vida é feminina... creio sempre ter sido... In-criada... e nós de fora observamos perplexos...

    Ave... Maria...

    ResponderEliminar