sábado, 14 de julho de 2012

correm por aí noticias
onde as mãos são corpos
o tacto olhos

podiam soletrar dicionários
à boca das cerejas
é sábado e o vento dança nas folhas
a inquisição está nos verbos
onde desce a maré
estou no quarto crescente de mim a domar renas nos pensamentos
sempre quis andar de carrocel
junto ao rio onde as canoas cortam as águas

estou descalça
à proa da viagem
e tenho discípulos à porta


fico no verde entre os teus olhos
o bom samaritano  caí-me nas vogais
dobrando segredos
nos cabelos dos poetas

o caminho nunca se acaba de abrir junto à fronteira
a garganta é rosa aberta sobre a música
onde te abraço

se os anjos fossem menos breves
podiam estatelar-se junto às estrelas a ver literatura

a esta hora nascem-me na boca romãs
as perdizes estão todas à janela
do sonho a quebrar aís

aqui tudo me diz sinos
tudo me diz sopro
tudo me diz profano
tudo me diz tesoura
na "ricotta"

e enfim:
tudo me é descanso


maria andersen

2 comentários:

  1. [tecido delicadamente,

    o invento, semente, o tempo
    onde o corpo e a palavra
    se resguardam a cada momento.]

    nesse caminho que não se acaba, sempre recomeça,
    um imenso abraço, Amiga Maria

    Leonardo B.

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  2. é sempre junto à janela que me nascem os olhos e,os ouvidos para os lentos murmúrios das asas.
    BEIJO GRANDE......MARIA!!!!

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