Podia da sede dizer-te a avidez
da fome dizer-te a fartura
do olhar dizer-te a distância
do tacto o sentir da matéria
do corto inteiro a forma & a queda
ou então dizer-te coisa simples
como ir por aí
a desenhar na areia palavras cruzadas
um jogo de murmúrios que nos agarram o peito
gestos que as mãos pressentem nesta idade
em que arde o deslumbre junto aos olhos
o tempo geme uma saudade
vício das fontes - o corpo ausente
& há tanto mar sonhado nas nossas mãos
tantas viagens pelas estações quentes
até que o amor amadureça
& alimente a fecunda terra das nossas bocas
maria andersen
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