Tenho por dentro alamedas e rios abandonados a cada pensamentos que escrevo. Pensar tem certos abandonos. Noites intermináveis com sol pelas esquinas. As palavras são certas vezes como selvas sem luar, completamente às escuras. É azul contra azul e juncos tão perto do corpo. Silhuetas separadas do gestos como estátuas descarnadas. Finjo que choro no meu próprio regaço, como num palácio ancestral com pasmos tardios, risos que a saudade trás aos lábios como begónias abandonadas. A cada letra visito-me, em cada olhar penetro-me de exterior e tudo é de me sentir de mãos dadas com o que não digo. Sei isto… e poucos mais que isto. Sentir-me leva anos de secura e bebedeiras de livros lidos e mal escritos. Coam o sol no papel e nada mais sobra sequer da sombra enjaulada por não haver sol. Há quem diga que é tarde para ser hoje e que ouvir as horas é meio dormir ao som de nada.
Dizem,
que
“ A vida é um novelo que alguém emaranhou!" *(1)
maria andersen
*(1) Fernando Pessoa
gosto do teu blog!!! irei ler os teus poemas com olhos de ler e alma sentida!!! beijos!!
ResponderEliminarComo sempre excitante o que fazes do teu sentir neste, meu, inebriado, estupefacto pelo impacto dos pensamentos lavrados, por essa alma imensa...
ResponderEliminarEncontrei um sítio onde me poderei reter, bebendo!