o céu adormece de hora a hora cansado
silêncio de espanto a beber a grávida inocência
que o tempo transforma em lama
são estas as memórias penteadas pelas mãos
a coroar rimas como sons de flautas verdes
sobre bocas minerais e lentas-
trago dos séculos o feitiço
o oco germinar das multidões
que na voz se cala
já nem eu sou lugar de refúgio –
assim acontecem todas as ocupações
tempo em que apodreces
apodreço
apodrecemos
ao relento de qualquer rua vazia e intacta
maria andersen
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