Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus
[braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Fotografia da autoria de Maria Andersen
Drummond, provavelmente o nosso maior mestre.
ResponderEliminarDigo, dos brasileiros.
Não era um inventor e sim um mestre, devo minha devoção à poesia, à leitura que fiz dos seus poemas quando tinha 14 anos de idade.
Tiro o chapéu!
Drummond, esplêndido sim Dimi Éter….poeta da minha eleição ..Grandioso!
ResponderEliminar“ se não soubermos que os iguais transformam
em único e mortal o que é sinal de um só
que se conhece e conhecendo esquece
como ter visto é terem outros visto
o que, entretanto, em nó se transmutou –
se não soubermos, como saberemos?
E como criaremos? Qual eternidade
terá sentido, irá como uma seta
ao fim que não acaba, em que se cumpre
o próprio fundamento, a porta, o tecto,
o constelado céu de acasos conquistados?
Se não soubermos, como não saber?”
(fragm. Poético de Jorge de Sena)
Será o poeta capaz de distinguir o que é a realidade” eu não distingo as realidades” disse-o já Rimbaud e Jorge de Sena…não no sentido em que o comum ser entende a realidade, mas sim outra realidade. A realidade das realidades… a que apresenta à consciência a face invisível das coisas. Esta possibilidade interior não elimina a presença significante do visível. Visível. Até porque é próprio do visível ser superfície de uma profundidade inesgotável…
Como definir o acto criativo? O poema? A obra de arte? O autor?
Creio que a poesia é o órgão para a compreensão da vida, o poeta um vidente que intui o sentido da vida…
Procuro na ausência a presença da minha vida, para que ela não seja ausente no presente!!
ResponderEliminarGostei muito do seu comentário...Maria Andersen.
E eu adorei a sua aparição Joaquim!
ResponderEliminarapareça mais...diga ...sinta...proteste...ralhe...cante...fique...e vá ...e volte, e volte, e volte...
OBRIGADA!