Mergulha
na noite suave do meu ventre
como um solitário buscador de ilhas
álacre esplendor da madrugada
flauta que anuncia
o tempo sem mácula e sem uso
intimas pulsações dos meus sentidos
inclemente sede dum deserto
deixa-me
em teu universo fazer-te um grito
com a ousadia da boca em descoberta
súplica deste profundo apelo
dois focos eminentes
duas sedes que lutam tão companheiras
& esta minha materialidade passageira
fundida na tua materialidade
os meus sentidos que me condenam a ficar
nas minhas mãos demiurgas nessa lentidão
as minhas mãos impolutas a rasgar rotas em ti
as minhas mãos proletárias a construir sentidos
& as minhas mãos indomáveis
as minhas mãos indomáveis
no teu corpo
Poema e fotografia da autoria de Maria Andersen
Sensacional o verso:
ResponderEliminar"minhas mãos proletárias a construir sentidos"
nada mais que os sentidos envoltos, em largos olhares de sentimentos, que se toca com as mãos soltas..............................
ResponderEliminar