quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A Cesariny






Pelo azul do dia     os teus olhos
arca de luz que  se agita

lavraste ( com humano arado)
a fascinante geometria da vida

instrumento  com que se rasga outro caminho:
corpo da criação que sangra - almo poeta
a sofrer o gume da vida
na exortação da palavra

poeta /sol que arde e não se extingue
& pelo enigma da vida
olhas a pomba de cal:
que
quebra entre os ventos

tens dezenas de asas na voz
& o mundo alio nos olhos -
(ó fuga em que me persigo)
menino     poeta
que morres de tanta luz - à mingua doutro sol
sonho selado  como a noite da sepultura
- aqui não brota puro
o amor sem a moeda –
 moeda corroída  que se multiplica
 imagens de mil espelhos quebrados
dor de quem assim  sente o deslumbrante fogo  de ser
clareira essencial dos dias
tempo –

lugar em que te elevo
ao alto pedestal do coração.

  Desenho a giz e marcador preto sobre cart/cinza
    Maria Andersen (in pelo Coração das coisas /2010)

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